Em Rondônia, mais de 1.600 mulheres aguardam por mamografia no SUS, enfrentando filas e demora no diagnóstico
Saúde
Publicado em 01/11/2024

 

Tabela mostra espera por mamografia nos estados do Brasil. (Imagem: SISREG/Ministério da Saúde)

Dados divulgados pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), nesta quinta-feira (31/10), revelam que, até junho deste ano, 77.243 brasileiras estavam na fila de espera por mamografias no Sistema Único de Saúde (SUS).

A situação, preocupante em todo o país, atinge também Rondônia, onde 1.652 mulheres aguardam pelo exame. Em média, essas pacientes esperam cerca de 59 dias para realizar o procedimento, um tempo significativo para uma detecção precoce do câncer de mama, essencial para um tratamento menos invasivo e mais eficaz.

Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro concentram 56% da demanda nacional, com filas que totalizam aproximadamente 44.500 mulheres. Em Rondônia, embora o número absoluto de mulheres na fila seja menor, a espera média supera 80 dias em algumas regiões do estado, segundo o CBR, evidenciando uma sobrecarga do sistema público de saúde e a urgência de ações direcionadas para diminuir as filas de espera e garantir um acesso igualitário ao diagnóstico.

Além das longas filas, o CBR alerta sobre a subnotificação nos registros de pacientes que aguardam pelo exame, devido à dependência de dados fornecidos voluntariamente por estados e municípios. Essa disparidade entre os números oficiais e a realidade local é exemplificada pelo Distrito Federal, onde o número de pacientes aguardando mamografias é dez vezes maior que o registrado oficialmente. A situação em Rondônia, embora não detalhada pelo CBR, pode ser semelhante, ampliando a complexidade da fila de espera e dificultando uma resposta eficaz dos gestores de saúde.

Os longos períodos de espera representam um desafio para o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento, como apontado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). Em 2023, somente 48,8% dos laudos de mamografia de rastreamento foram liberados em até 30 dias após a solicitação, enquanto cerca de 36% foram emitidos após 60 dias. Esse atraso prejudica a identificação de casos iniciais de câncer de mama, reduzindo as chances de tratamentos menos agressivos e de maior efetividade.

O cenário exige atenção urgente de gestores locais e nacionais, que, segundo o CBR, devem considerar esses números ao formular políticas públicas de saúde. Em Rondônia, ações mais eficazes e o fortalecimento de políticas de prevenção e diagnóstico precoce são essenciais para proporcionar a mulheres em situação de vulnerabilidade o acesso ao cuidado integral e digno.

Fonte: Ascom - Coren-RO

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